Secretaria de Educação do Tocantins diz que pagamentos de contratos investigados pela PF estão suspensos
31/10/2025
(Foto: Reprodução) Prédio da Polícia Federal em Palmas
Djavan Barbosa/Jornal do Tocantins
Três ex-integrantes do primeiro escalão das Secretaria de Educação (Seduc) e de Parcerias e Investimentos do Tocantins são alvos da oitava fase da Operação Overclean, da Polícia Federal (PF), nesta sexta-feira (31). A Seduc informou que suspendeu contratos e repasses de pagamentos mantidos com empresas investigadas por suspeita de participação no esquema.
Dois homens foram presos por suspeita de obstrução às investigações. São eles: Danilo Pinto da Silva e Éder Martins Fernandes, ex-secretário-executivo de Educação do Tocantins. O g1 tenta localizar a defesa deles.
Eles são acusados de monitorar a sede da Superintendência da Polícia Federal no Tocantins para detectar possíveis diligências e tentar se antecipar ao cumprimento de mandados.
A investigação tem o objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
Entre os alvos estão:
Claudinei Aparecido Quaresemin - ex-secretário extraordinário de Parcerias e Investimentos de Tocantins
Éder Martins Fernandes –ex-secretário-executivo de Educação de Tocantins
Itallo Moreira de Almeida - ex-diretor administrativo da Secretaria de Estado da Educação (Seduc)
Em nota, a Seduc informou que Éder Fernandes não é mais secretário-executivo desde setembro deste ano e que o ex-servidor Ítalo Moreira de Almeida não integra mais o quadro funcional da pasta desde setembro de 2024.
A defesa de Claudinei Aparecido Quaresemin informou em nota que não teve acesso aos autos, mas afirmou que não há qualquer relação do cliente com os fatos investigados, já que os fatos divulgados são referentes ao ano de 2022 e seguintes, quando ele não mais exercia qualquer função pública, já que deixou o cargo em 2021 (veja nota na íntegra no fim da reportagem).
O g1 tenta contato com a defesa de Éder e Itallo. A reportagem pediu posicionamento do Governo do Estado e aguarda resposta.
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Conforme apurado pela jornalista Camila Bomfim, A nova fase da operação mira um núcleo de organização criminosa que atuava no Tocantins a partir de desvios em contratos obtidos com dinheiro de emendas parlamentares.
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A suspeita da PF é que os alvos dos mandados cumpridos nesta sexta recebiam ou intermediavam o recebimento de propina a partir dos desvios.
Conforme a pasta, todas as determinações judiciais relacionadas à Operação Overclean foram cumpridas integralmente, de acordo com medida cautelar expedida pela 2ª Vara Especializada Criminal da Seção Judiciária do Estado da Bahia, e que comunicou formalmente à empresa sobre o cumprimento da decisão judicial por meio de ofício, em dezembro de 2024 (Veja nota abaixo).
Operação Overclean
Ao todo, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Brasília, São Paulo, Palmas (TO) e Gurupi (TO). As ordens foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro.
A primeira fase da operação foi deflagrada em dezembro de 2024. Na ocasião o ex-secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins, Claudinei Aparecido Quaresemin, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal, mas foi solto por determinação do Tribunal Regional Federal (TRF).
Íntegra da nota da Seduc
A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informa que Edinho Fernandes não é mais secretário-executivo desde setembro deste ano e que o ex-servidor Ítalo Moreira de Almeida não integra mais o quadro funcional da pasta desde setembro de 2024.
A Seduc esclarece que cumpre integralmente todas as determinações judiciais relacionadas à Operação Overclean. Em atendimento a decisões da Justiça Federal, a Secretaria foi oficiada sobre a suspensão dos pagamentos referentes aos contratos mantidos com a empresa citada, em razão de medida cautelar expedida pela 2ª Vara Especializada Criminal da Seção Judiciária do Estado da Bahia.
O referido despacho determinou a suspensão de repasses a empresas investigadas, entre elas a empresa citada, tornando os valores relativos ao contrato indisponíveis para movimentação. A Seduc comunicou formalmente à empresa sobre o cumprimento da decisão judicial por meio de ofício, em dezembro de 2024.
A Secretaria reforça, portanto, que há impossibilidade legal de liberação de quaisquer valores à empresa em questão, conforme determinações da Justiça Federal, e que tem colaborado com todas as autoridades competentes, prestando as informações solicitadas e adotando as medidas cabíveis no âmbito administrativo.
Íntegra da defesa de Claudinei Quaresemin
A defesa de Claudinei Aparecido Quaresemin, vem a público, se manifestar acerca da operação da Polícia Federal deflagrada na manhã de hoje, dia 31 de outubro de 2025, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão por ordem do eminente Ministro Nunes Marques na PET 14419.
Mesmo sem ter acesso aos autos, pode afirmar que não há qualquer relação de Claudinei com os fatos ora investigados, os quais, como se pode verificar através de matérias divulgadas pela própria imprensa, são referentes ao ano de 2022 e seguintes, quando ele não mais exercia qualquer função pública, uma vez que deixou o cargo de Secretário de Estado ainda no ano de 2021
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