Recém-nascida morre à espera de cirurgia cardíaca, e mãe chora ao lembrar demora

  • 30/07/2025
(Foto: Reprodução)
Mãe chora ao lembrar de espera por cirurgia da filha TV Anhanguera/Reprodução Ana Eliza tinha 18 dias de vida quando morreu aguardando na fila de espera por uma cirurgia no coração. No Tocantins, o único hospital público que realiza o procedimento em recém-nascidos fica em Araguaína, região norte do estado, o que dificulta o acesso. A Defensoria pediu que o Ministério Público abra investigação sobre essa e outras mortes consideradas evitáveis. Depois de ser diagnosticada com um problema cardíaco, a família levou a bebê para Araguaína, onde faria a cirurgia no Hospital Municipal de Araguaína. Mas ao chegarem, se passaram oito dias sem atendimento e a bebê não resistiu. Geovanna Cândida de Souza, mãe de Ana Eliza, chorou ao lembrar da morte da filha e não conseguiu falar sobre a perda. "Desde que soube que estava grávida da Ana Eliza teve... Dou conta não moça [de falar]", disse a mãe durante entrevista à TV Anhanguera. 📱 Clique aqui para seguir o canal do g1 TO no WhatsApp A Secretaria Estadual de Saúde (SES) disse, em nota, que Ana Eliza teve o procedimento cirúrgico adiado por razões clínicas justificadas para que ela melhorasse o quadro clínico e lamentou a morte da criança. O Ministério Público do Tocantins informou que está analisando a representação da Defensoria Pública para adotar providências sobre o caso (Veja íntegra das notas abaixo). Geovanna Cândida de Souza mostra sapatinhos da filha que morreu aguardando cirurgia Reprodução/TV Anhanguera Outros bebês esperam por cirurgia A incerteza em relação à realização de cirurgias é motivo de angústia para Evely Iasmim, grávida de gêmeas. Ela está internada no Hospital e Maternidade Dona Regina em Palmas à espera de transferência para um hospital particular de Araguaína. As duas filhas vão precisar de procedimentos urgentes após o parto. "Uma tem [cirurgia] para fazer do coração esquerdo, que é um problema muito sério, muito grave e não posso ter elas aqui [Palmas], não há suporte para operar o coraçãozinho dela. E a outra tem uma abertura na coluna que precisa ser feita uma cirurgia também [...] Não é fácil a gente gerar um filho até o final e ver acontecer o pior", contou Evely. A avó também está preocupada. "O médico já falou que se nascer aqui no hospital, principalmente a do coração, vai a óbito se não fizer a cirurgia. É um risco a cirurgia? Sim, corre risco, mas nós queremos fazer a tentativa, porque enquanto há chance de vida há esperança", comentou Susiane Silva de Castro. Evely Iasmim Silva Dias aguarda transferência para fazer cirurgia de gêmeas Reprodução/TV Anhanguera Segundo a SES, a transferência de Evely foi adiada pela avaliação da equipe reguladora, levando em consideração o quadro clínico dela e o suporte para os bebês antes de realizar o deslocamento. A pasta informou que será feita uma reavaliação para determinar as próximas condutas. Defensoria pede investigação Segundo o defensor público Artur Pádua, o pedido de urgência das famílias esbarra na morosidade do processo legal. "Infelizmente, hoje o Tocantins é um quadro grave. As famílias procuram a defensoria com urgência, muitas vezes tarde. A defensoria ajuíza a ação e o judiciário dá um despacho para poder esperar o executivo dar uma resposta que já tá no processo. E muitas dessas crianças vêm a óbito". Além das mortes de bebês, outros casos chamam atenção. Recentemente, a Defensoria Pública relacionou mais três óbitos de adultos com problemas distintos, e pediu ao Procurador Geral de Justiça a abertura de uma investigação criminal. "Nós estamos tendo muito óbito evitável por falta de leito de UTI. O HGP vive lotado, tem pacientes que vêm de Paraíso, pacientes que vêm de Miracema, não conseguem leito no HGP, são encaminhados para hospitais privados que tem credenciamento com o estado. Quando chega lá o hospital cobra, ao em vez de regular o paciente para o leito SUS, isso precisa ser apurado. Encaminhamos um expediente ao procurador-geral de Justiça, a fim de que o Ministério Público tome as medidas cabíveis, criminais para identificar quem são os responsáveis por essa omissão", comentou o defensor. Íntegra da nota do MPTO O Ministério Público do Tocantins (MPTO) informa que recebeu representação da Defensoria Pública do Estado do Tocantins relatando casos envolvendo pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), com apontamentos sobre falhas no acesso a leitos de UTI e omissões no atendimento à saúde pública. A documentação encaminhada está sendo analisada pela Assessoria Jurídica, que se inteira dos fatos relatados para adoção das providências cabíveis, nos termos da legislação vigente. Íntegra da nota da SES A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que a RN de Geovana Cândida de Souza foi regulada de Palmas, para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do Hospital Municipal de Araguaína no dia 10/07/2025, e admitida dia 11/07/2025 e após chegar à unidade, teve o procedimento cirúrgico adiado pela equipe especializada, por razões clínicas justificadas, dentro dos princípios de segurança e boas práticas assistenciais, visando a melhora do quadro clínico que a mesma apresentava e lamentavelmente foi a óbito no dia 21/07/2025, motivo pelo qual a Pasta se solidariza com familiares, neste momento de dor. Sobre a paciente, Evely Iasmim Silva Dias, a SES-TO destaca que está sob os cuidados da equipe multiprofissional do Hospital e Maternidade Dona Regina Siqueira Campos, referência para gestantes de alto risco, medicina fetal e assistência neonatal da macrorregião centro sul do Tocantins. A transferência da mesma para o Hospital Dom Orione não ocorreu, porque pela avaliação da equipe reguladora, é preciso levar em consideração o quadro clínico dela e o suporte para os bebês, antes de realizar o deslocamento e uma reavaliação sistemática será realizada para determinação das próximas condutas assistenciais. A SES-TO enfatiza que atualmente, cinco bebês aguardam por procedimentos cardíacos pediátricos no Tocantins, com a realização pré-agenda para o mês de agosto, no Hospital Municipal de Araguaína, unidade conveniada com o Estado, para os atendimentos no referido serviço. VEJA TAMBÉM: Programa Mais Médicos amplia vagas na saúde básica do Tocantins Programa Mais Médicos amplia vagas na saúde básica do Tocantins Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.

FONTE: https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2025/07/30/recem-nascida-morre-a-espera-de-cirurgia-cardiaca-e-mae-chora-ao-lembrar-demora.ghtml


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